Blog do Emanuel Mattos

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Por uma Feira permanente


A 53ª Feira do Livro finalizou ontem. Se fosse prefeito de Porto Alegre tornava a Feira permanente e assim a Praça da Alfândega teria a presença constante de toda a população e não só da malandragem que vive acampada por lá durante o resto do ano.

Desta Feira vou lembrar a noite de 28 de outubro, lançamento do livro de Werner Zotz, “Aventuras nos mares do Brasil”. Relato de viagem a bordo de um veleiro, de Fernando de Noronha a Florianópolis, inclui um passeio de carro pelo sertão nordestino. G
uia fundamental para quem pretende repetir o roteiro.

Numa das mesas ao lado, o jornalista Flávio Tavares autografava “O Che Guevara que conheci e retratei”. O livro contém 62 fotos que o autor fez do Che em 1961 durante os 13 dias da conferência da Organização dos Estados Americanos, em Punta del Este.
Um espanto a fila. Presentes pelo menos dois candidatos a Prefeitura em 2008: Luciana Genro, do PSOL, e Miguel Rossetto, do PT. Deveria ter pedido a eles que, caso eleitos, tornassem a Feira permanente.

Flávio Tavares é autor de dois livros de impacto. Em “Memórias do Esquecimento: os segredos dos porões da ditadura”, relata em detalhes as torturas que sofreu. Expulso do país, viveu no México e na Argentina. Seqüestrado e preso novamente no Uruguai, foi libertado depois de sofrer mais torturas e seguiu para a Europa. Retornou ao Brasil em 1979, após 10 anos de exílio.

Mas o livro “O dia em que Getúlio matou Allende” é impressionante. Nele, Tavares percorre seus 40 anos de jornalismo com relatos sobre fatos em que , além dos personagens do título, desfilam Che Guevara, De Gaulle, Perón, Lott, Juscelino, Jânio, Jango e Brizola, entre tantos outros de importância histórica relevante.

“Nada é inventado e tudo em verdade ocorreu. Se, ao longo do relato, a trama se desenvolve como num romance em que as paixões se exteriorizam no amor e no ódio, na ilusão e no sonho, na vaidade e no embuste – ou se atritam entre si, como na ficção convencional -, tudo se deve a que, nas profundezas do seu íntimo, a realidade é assim: soa como ficção”, adverte Flávio Tavares.

Quantas vidas numa só.

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